O Bolo não é uma mentira – Revisitando Portal 1 e 2

E aí, Joystickers!

Durante o mês passado, revisitei Portal 2 ao lado de um amigo para que jogássemos o modo cooperativo. Durante as sessões de jogatina, relembrei os motivos pelos quais a dupla de games da Valve está no meu top 10 de melhores títulos já lançados. Assim sendo, gostaria de neste artigo, refletir com vocês a razão pela qual todos deveriam jogar Portal. A franquia é composta por dois títulos, que foram desenvolvidos pela toda poderosa Valve, dona da Steam (que costuma levar todo o dinheiro de vossas carteiras) e de franquias consagradas como Half Life, Left 4 Dead e Team Fortress. Vamos começar com um pouquinho de história, pelo primeiro título da série do falso bolo.

Enter the Portal

Portal é um título de ação, plataforma e puzzles, lançado em 10 de outubro de 2007, para PC, Mac, Linux, PS3 e X360. O título foi originalmente lançado em um pacote chamado The Orange Box, composto por Half Life 2: Episode 2, Team Fortress 2 e o próprio Portal. Você joga como Chell, uma cobaia do laboratório Aperture. Sua aventura começa quando você é acordada por GLaDOS, a inteligência artificial que comanda o local. Ela te leva a cumprir uma série de testes preparados para comprovar as habilidades da Portal Gun, uma arma que atira portais interdimensionais que se conectam, e permitem ao usuário do equipamento atingir locais normalmente inalcançáveis. O jogo segue um ritmo constante, sem muita surpresas, até a metade, quando uma série de reviravoltas começam a acontecer. O enredo é bastante cativante, e o carisma de GLaDOS, que se comunica com o jogador a cada novo teste, é fantástico.

Os puzzles de Portal são bem planejados, e requerem raciocínio e concentração para serem solucionados.

Portal se utiliza bastante da física para a resolução dos seus puzzles. A progressão de dificuldade também é bastante acertada, regulando os picos de modo a impedir que o jogador entre em monotonia, sem deixar tudo muito difícil. O jogo é um sucesso absoluto, tornando-se um ícone da cultura gamer, e apresentando uma maioria esmagadora de análises extremamente positivas. São mais de 33 mil somente nas Steam. Tamanho sucesso não poderia ter outro resultado – o título recebeu uma sequência.

Enter the Portal – Again

Em 19 de abril de 2011, Portal 2 foi lançado para PC, Mac, Steam OS, PS3 e X360. O segundo título traz de volta tudo aquilo que o primeiro tinha de melhor, e ainda adiciona novas mecânicas à fórmula. Dois tipos de gel adicionam novas possibilidades aos clássicos puzzles, além de agora uma campanha extra totalmente cooperativa ser introduzida. Portal 2 apresenta um visual ainda mais bonito comparado ao primeiro, ainda que mantendo a simplicidade, e uma identidade bastante própria da série.

O gel azul é uma das novas mecânicas do segundo título.

Dessa vez, estamos novamente na pele de Chell, mas atravessando uma Aperture Science completamente destruída. GLaDOS foi deposta, sendo substituída por Wheatley, uma inteligência artificial tão carismática quanto, mas completamente atrapalhada e perdida em seus “pensamentos”. O título segue a mesma ideia de fazer o jogador seguir resolvendo pequenos testes pelo laboratório, dessa vez com uma nova justificativa. Novas reviravoltas acontecem novamente no meio da história, com amigos virando inimigos, inimigos virando amigos, e assim por diante. Como era de se esperar, Portal 2 foi um sucesso ainda mais estrondoso, e atualmente apresenta mais de 85 mil (!) análises em sua página na Steam, sendo a maioria extremamente positiva.

Mas afinal, o que Portal tem de especial?

Como disse anteriormente, ambos os títulos apresentam puzzles extremamente inteligentes e equilibrados, enredo e personagens cativantes e, o mais importante, com o conjunto da obra, proporcionam ao jogador uma experiência bastante única e excepcional. É indescritivelmente divertido abrir portais por todos os cantos do cenário, e a sensação de recompensa e dever cumprido a cada puzzle resolvido é deliciosa. Você sente que está progredindo, aprendendo cada vez mais, e se tornando um jogador melhor. A série Portal é outro exemplo de jogos que são verdadeiras aulas de desenvolvimento de jogos, especificamente de Game Design. Cada puzzle foi pensado levando em consideração momentos de aprendizado de novas mecânicas e momentos em que o jogador deve ter um respiro para assimilar o que aprendeu e se preparar para aprender coisas novas. É fascinante ver que é possível construir grandes experiências com mecânicas simples: com apenas dois portais, vá de A à B.

Jogando com um amigo é possível realizar diversas ações de interação, estando o “pedra, papel e tesoura” entre elas.

A comunidade do game também colabora muito com a longevidade: diversos novos testes são produzidos pelos jogadores no modo online. Cada um desses puzzles é tão inteligente quanto aqueles produzidos pela produtora de Portal. Fora isso, a adesão do modo cooperativo no segundo título tornou a experiência ainda mais especial, testando as capacidades que seu amigo e você têm de analisar e resolver cada desafio.

Para você que ficou interessado em como foi construída e pensada a progressão de Portal, segue abaixo uma palestra dada na GDC por uma das Level Designers que trabalharam no projeto (em inglês). Por meio do trabalho realizado em Portal, a desenvolvedora dá dicas de como produzir puzzles interessantes e cativantes, além de bem balanceados.




Se você já jogou Portal, chegue mais, vamos entrar em uma partida do modo cooperativo! E se ainda não jogou, o que está esperando? Trata-se de uma experiência obrigatória!

E você leitor, jogou Portal? O que acha do game? Comente aí!

Post Author: Renan da Silva Dores

Renan é um desenvolvedor de jogos recém-formado pela PUC-SP, e joga desde que se entende por gente. Tem mais afinidade pelos exclusivos da Sony, mas se tivesse dinheiro o suficiente, teria todas as plataformas sem pensar. Ama ler, ouvir música, e é um aficionado por tecnologia, sendo secretamente um replicante (Cyberpunk na veia). Atualmente, dá aulas de inglês enquanto caça uma oportunidade no ramo de jogos.

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