RETRO REVIEW | God of War 2: O Deus mais violento dos games retorna

God of War, nos encontramos novamente! o primeiro jogo da série foi uma imensa surpresa para os hoje muito adoradores da saga, a IP (Intelectual Property) da Sony chegou meio que timida no Playstation 2 em 2005, dirigido e, em parte idealizado por David Jaffe o pai da saga de combates veiculares Twisted Metal e tinha como proposta basica conhecermos uma versão fantastica da Grécia Antiga com seus deuses, mitos e seres pelos olhos de Kratos um bárbaro guerreiro a serviço dos deuses do olimpo em uma trajetória de tragédias e vinganças envolvendo sua servidão ao deus Ares. O jogo que era um poderoso e invocado hack’n slash que deu super certo e se tornou praticamente o melhor titulo daquele ano, colecionando notas 10s por onde passava e dando inicio a demais consagradas sequencias, e ai que chegamos dois anos depois com God of War II.

***ALERTA DE SPOILERS DE JOGO VELHO***

Lançado em 2007, God of War II ocorre anos após a conclusão do primeiro jogo (e também após os games posteriores Betrayal e Ghost of Sparta), ao fim de sua jornada Kratos havia cumprido sua missão de matar o Deus da Guerra Ares com auxilio da Caixa de Pandora, seus pesadelos porem com relação ao assassinato de sua esposa e filha não se cessaram e o mesmo foi acolhido pelos deuses antes de seu suicídio como o novo Deus da Guerra, a história já estava perfeita até esse ponto, redonda quase que desnecessária uma sequencia nesse departamento, mas a história ousou continuar, e correndo aquele risco de muitas sequencias falham em não ter uma história tão boa quanto a primeira GoW II é uma exceção com uma trama e narrativa mais desenvolvida e MUITO MAIOR. Vestindo o manto de Deus da Guerra durante os anos que se seguiram Kratos, ainda assombrado por seus pesadelos e agora sendo alvo de ódio dos demais deuses devido ao seu comportamento vil e violento passa a se intrometer cada vez mais no mundo dos homens auxiliando os exércitos de Sparta em suas guerras, ignorando os avisos de Athena sua antes guia, Kratos persiste em suas batalhas até que em determinado combate o mesmo acaba por perder sua “divindade” devido a artimanhas de Zeus, Deus do Olimpo que mata Kratos e elimina os espartanos que o adoram. Morto, Kratos acaba recebendo auxilio daqueles que mais odeiam os deuses, seus inimigos mortais os Titans liderados por Gaia avó de Zeus que desejam tanto a vingança contra os seus algozes, os deuses do Olimpo quanto Kratos. A missão não poderia ser simples, já que Kratos não pode confrontar Zeus como mero mortal, para reparar isso o mesmo deve se aventurar atrás das Irmãs do Destino, para mudar seu destino e conseguir sua vingança.

A trama de GoW II é bem mais cheia de personagens e de figuras da mitologia grega, alem de maior participação de Zeus, e da presença dos Titans e das Irmãs do Destino outras figuras como o titan que sustenta o mundo Atlas,o titan Prometheus castigado a ter o figado eternamente devorado por uma ave, o herói assassino do minotauro Teseu, o criador das asas de cera Icaro, o assassino da medusa Perseu, o líder dos Argonautas; Jasão (embora este apareça somente morto), a irmã de Medusa; Euriale, alem da besta aquática mitológica, o Kraken. Alem destas figuras outros seres inundam o bestiário como nos games anteriores, embora muitos sejam variações dos mesmos tem-se os bons e velhos minotauros, centauros, harpias, cérberos, sirenas, sátiros, ciclopes, grifos, dentre as criaturas novas e velhas retornando do game anterior.

Os esqueletos são inimigos planejados desde o principio para o primeiro game, mais retirados por se parecerem com minions banais demais para um game hack’n slash (e por vários games apresentarem esqueletos de espada e escudo como ralé genérica), mas a inclusão do mesmo não era nada alem de uma homenagem ao clássico filme Jasão e os Argonautas.

Não apenas as criaturas do game, mas suas localizações também são mais variadas que a do game anterior, ainda que o submundo de Hades seja uma reaparição varias localizações gigantescas e tão impressivas quanto as do primeiro game estão aqui, como A Ilha da Criação, ou os templos absurdos das deusas, tão absurdo quanto são As Montarias do Tempo, cavalos gigantes visitados em determinada parte do jogo, ou o local da tortura de Prometheus, o interior de uma estatua viva, dentre outros montes de localizações, bem diversificadas se comparadas com as do primeiro game, tais localizações quase sempre podem ser vistas ao fundo como formas com volume e textura diferente de muitos jogos que cercam o cenário do momento com “quadros” com a paisagem pintada, embora em determinados momentos GoW II não escape desse elemento também. O trabalho visual não é excepcional apenas nos cenários, como também na direção de arte que já elogiei na critica do primeiro game, com o nudismo selvagem das criaturas femininas e a visceralidade das cenas violentas, melhor ainda que isso esta o trato dado nas CGs do game, que possuem uma diferença bem nítida das CGs do primeiro jogo.

O combate esta levemente mais refinado que o do primeiro game sem mudar drasticamente a coisa, desde a troca de armas retrabalhada até alguns combos, Quick Time Events e o combate em paredes escalaveis.

A jogabilidade como continua excepcional como no primeiro game, e para quem não sabe ele funciona como uma mistura na medida de hack’n slash moderno com puzzles, Kratos pode atacar inimigos com diversas armas e magias, pode aumentar sua vida, magia, e realizar upgrades nas armas através de orbs, consequentemente ganhando novos combos que podem ser emendados em sequencias enormes contra inimigos com finalizações viscerais, não esquecendo também dos ótimos QTEs presentes em maior numero aqui e melhores que os do primeiro jogo acho eu pessoalmente. Duas das únicas reclamações com respeito a jogabilidade do primeiro game foram resolvidas aqui, a câmera e a quase ausência de chefes, no primeiro game a câmera não podia ser controlada e por diversas vezes se posicionava de forma inconveniente com o combate, você ainda não pode controla-la, mas aqui o posicionamento errôneo acontece menos, já com respeito aos chefes o primeiro trazia apenas 3, a Hidra, o Minotauro e Ares, GoW II traz nada menos que 14 lutas, e são tão incríveis quanto as lutas do primeiro jogo.

Há quem veja com maus olhos a história do game pelo simples fato da ponte deixada no final para a sequencia, que pode soar um tanto quanto anti-climatica, mas lhe garanto sem spoilers, não ser nada perto do final de Halo 2.

Kratos inicia o game com seus equipamentos e magias do primeiro jogo totalmente evoluídos, dentre estes inclui as Blades of Athena/Laminas de Atena, substitutas para as Laminas do Caos perdidas no final do primeiro, porem salvo por tais laminas Kratos perde todos os seus poderes com a traição de Zeus o que o leva a conquistar novos power-ups no decorrer da jornada, como as novas armas o Martelo Bárbaro que pode atacar com força os inimigos alem de invocar almas, a Lança do Destino que é uma lança magica que lança projéteis e que pode se esticar, e por determinados momentos a Lamina do Olimpo, a arma que Zeus utilizou contra os Titans. Dentre as magias estreantes temos a Fúria de Cronos que invoca orbs elétricos, o arco Typhon’s Bane, qu pode disparar flechas de ar, a cabeça de Euriale (que substitui a cabeça de sua irmã do primeiro game) e o Tremor de Atlas que permite a Kratos lançar pedras pra todos os lados, o modo de fúria Rage of the Gods sai de cena dando lugar ao similar Rage of the Titans o que é conveniente uma vez que agora ele passa a receber poderes dos Titans e nãos dos Deuses, ele se difere do anterior por poder ser desativado e ativado a vontade e não necessitar estar cheio para ter uso. Alem das armas e magias outros itens compõem o inventario sejam usados para lutas ou puzzles, e são elas as Asas de Icaro que permitem voo limitado, o Amuleto das Irmãs que permite parar o tempo em determinadas áreas e o melhor de todos o Golden Fleece que permite contra-atacar projéteis de volta a seus atacantes.

Sonoramente o game também se sobre sai ao primeiro, não apenas pelas já mencionadas dublagens (em especial a de Kratos) como também a de outros figurões como Zeus (dublado por Corey Burton que também dublou o mesmo nas animações da Disney) e dos heróis gregos, muitas vezes orgulhosos e arrogantes contrario ao bom esteriótipo heroico dos contos, mas a musica é o que mais chama atenção, vastamente superior as musicas do primeiro jogo, recheadas de temas cantados em grego ou persa dentre os quais destaco “The glory of Sparta”, “The way of the gods”, “The isle of Creation” e “Phoenix Rising”.

GoW II tambem traz um grande numero de extras em relação ao primeiro, incluindo 7 skins extras, incluindo a sensacional skin de “Bacalhau da Guerra”.

Acho que com tudo isso não falta mais o que falar de God of War II, ele conseguem ser excepcional em todos os seus pontos e de brinde corrige as poucas falhas do primeiro e termina ligando o modo “ansioso pela sequencia” nos jogadores que o finalizarem.

PRÓS: Mais chefes, mais violencia, aventura maior, toneladas de extras e jogabilidade totalmente refinada.

CONTRAS: A ponta solta na sua conclusão pode deixar a desejar para alguns jogadores.

God of War 2

Desenvolvedor:SCE Santa Monica Studio

Publicadora:Sony Computer Entertainment

Lançamento:2007

Plataforma:PS2, PS3 e PSVita

Gênero:Ação-Aventura / Hack and Slash

NOTA FINAL: 10

Fonte das imagens:
http://godofwar.wikia.com/wiki/God_of_War
http://es.godofwar.wikia.com/wiki/God_of_War_Wiki
https://www.giantbomb.com/

Esse texto foi originalmente publicado no site Alvanista no perfil thecriticgames 

Post Author: O Critico

Aspirante a escritor, investidor e criador de gado. ​"Minha vida se resume a jogar tudo que existe de bom antes da morte..." Me procure no Alvanista http://alvanista.com/thecriticgames

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